Não é de hoje que o Japão é conhecido no mundo inteiro pela cultura popular, seja em anime, cinema, música e mangás, seja em produtos em geral. Muitos adultos no Brasil dizem que cresceram jogando os games da Nintendo e da Playstation ou assistindo a Dragon Ball, Sailor Moon, Naruto, Pokémon e os filmes do Studio Ghibli. Você sabia que esse reconhecimento e divulgação mundial da cultura é incentivado pelo seu próprio governo e tem um nome? É o Soft Power.
O que é o Soft Power
Soft Power, ou poder brando, é uma expressão cunhada pelo cientista político estadunidense Joseph Nye, no fim dos anos 1980. Diferentemente do Hard Power (ou poder duro), que busca impor o que quer por meio da demonstração de força militar ou econômica, o Soft Power busca influenciar de maneira indireta, modelando os desejos alheios por meio da propaganda de sua cultura, valores ou política.
É uma lógica também utilizada recentemente pela Coreia do Sul, com seu investimento na música e no audiovisual; e há muitas décadas pelos Estados Unidos, por meio de seus inúmeros filmes, séries e músicas. Vivemos em constante contato com a cultura popular estadunidense, a ponto de nem pararmos pra pensar no quanto isso nos influencia, não é mesmo?
Como o Soft Power surge
Seguindo essa linha estratégica pra se manter influente no mundo após as tragédias de 2011 (terremoto, tsunami e crise nuclear), o governo japonês adotou o termo “Cool Japan (クールジャパン Kūru Japan)”, que busca revitalizar a imagem do país pela disseminação da cultura japonesa. O Brasil viu um compilado dessa estratégia na cerimônia de fechamento das Olimpíadas do Rio em 2016, com as aparições do Pac-Man, da Hello Kitty e a entrada memorável do então Primeiro Ministro Shinzo Abe como Super Mario.
Cultura kawaii
Algo mais específico que faz parte desse Soft Power é o design kawaii. Kawaii (可愛い) é um adjetivo e significa “fofo, bonito, meigo”. Essa cultura, que alcançou sua popularidade nos anos 1970, começou como uma revolução das jovens japonesas contra as maneiras extremamente tradicionais de se escrever japonês. Elas escreviam as palavras da esquerda para a direita, com traços mais arredondados, e desenhavam carinhas fofas.
Tradicionalmente, escreve-se o japonês em traços mais retos, da direita para a esquerda e de cima para baixo.
O kawaii e o marketing
A cultura kawaii se desdobrou tanto que hoje pode referir-se a ela no modo de se vestir ou num estilo de ilustração. No marketing, ao se aderir a essa escrita e estética mais fofa pra conversar com o público jovem, surgiram diferentes meios de comunicação, e um dos mais conhecidos são os personagens que essa cultura criou.
São aqueles personagens redondos, com olhos grandes, de membros curtos e que muitas vezes não possuem nariz ou boca. Essa estética se tornou muito popular em outros países asiáticos e é voltada a qualquer faixa etária. No Japão, é comum a criação de mascotes fofos pra praticamente tudo: anúncios de trânsito, campanhas de conscientização, eventos ou prefeituras.
E vocês com certeza já viram algum produto com um mascote extremamente fofo e que te faz ter mais vontade ainda de comprar, não é? Um dos exemplos mais famosos é a Hello Kitty, criada em 1974 pela empresa Sanrio. A Sanrio desenvolveu uma série de personagens fictícios e, assim, ela vende e licencia artigos de papelaria, presentes e acessórios ostentando tais personagens. Há décadas a Hello Kitty é seu carro-chefe e, desde 2019, é a segunda franquia de mídia de maior valor de todos os tempos, perdendo apenas pra Pokémon. Ela já tem quase 50 anos e seu poder de marketing mundial segue a todo vapor.
O marketing kawaii ganhando o mundo
No Brasil, mais precisamente no bairro Liberdade, em São Paulo, temos o Eat Asia + Hello Kitty. Inaugurado em 2019, é um restaurante todo na temática de Hello Kitty que atrai inúmeros turistas e está sempre cheio. Todos param por lá pra tirar foto do local decorado unicamente com a gatinha mais famosa da história.
No ocidente, esse não é um design tão utilizado quanto no leste asiático e pode até causar estranheza pra quem não está acostumado com o estilo de design dos personagens. Porém, com as gerações recentes tendo mais e mais contato com a cultura asiática, vemos cada vez mais artistas e designers no mercado que cresceram com animações japonesas e demonstram a grande influência disso em suas artes e modos de comunicação visual.
E aí, curtiu saber mais sobre essa cultura e como ela se torna uma estratégia? Aqui na Sophí estamos sempre antenadas a tudo que acontece, pra levar o que há de mais moderno para o seu negócio! Entre em contato com a gente e saiba como podemos te ajudar.
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